Contra a extinção da Freguesia de Cabanas de Torres

Contra a extinção da Freguesia de Cabanas de Torres

É com profunda noção de dever e de preocupação que o nosso blog se manifesta desde já contra a possível extinção da Freguesia de Cabanas de Torres que, e de acordo com o chamado "memorando de entendimento com a troika" o actual e anterior governos assinaram e que visa a reestruturação e reorganização administrativa do território.

O Presidente do Blog, Jorge Nunes

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Igreja de São Gregório Magno



Na imagem o exterior da igreja de São Gregório Magno, onde é visível o seu campanário e o alpendre abobadado assim como uma imagem dos contrafortes laterais.
A Igreja Paroquial de Cabanas de Torres de São Gregório Magno foi alvo de restauro em finais dos anos 80. A sua existência confunde-se com a própria história, origem e fundação da localidade de Cabanas de Torres, pois as fontes são unânimes ao afirmarem que a sua construção remota à fixação de população nesta localidade: “…chegando ao sítio de Monte Junto, chamado Monte Santo, o parocho mandou levantar um altar tosco de pedras soltas, onde collocou a imagem de S. Roque (…)” Mais tarde terá sido construída uma capela dedicada a S. Roque que o tempo destruiu, sendo a imagem do referido santo levada para Atouguia das Cabras, hoje freguesia e localidade de Abrigada.
A Igreja Paroquial de Cabanas de Torres de S. Gregório Magno tem no seu campanário, ou torre sineira, a inscrição de 1568, bem como diversos elementos decorativos da mesma época.
Uma das características singulares desta igreja é sem dúvida o alpendre abobadado que dá acesso ao seu interior, constituído por uma abóbada de arestas, e que é único na região envolvente.
À direita, apresenta-nos dois contrafortes de consideráveis dimensões e cuja função é a de suportar a descarga de forças da abobada de berço existente no interior da Igreja, no local onde se encontrava o antigo cemitério da freguesia, comprovado aliás pela entrada para esta zona e por uma cruz existente no cimo da mesma entrada.
No lado oposto encontramos a sacristia, bem como o local onde foi alargado o cemitério, já no decorrer da segunda metade do século passado. É unânime a recordação deste evento por muitos dos mais idosos elementos da população.
A entrada propriamente dita para igreja, faz-se através de uma escadaria existente no lado esquerdo do monumento, e que também, foi alvo de restauro posterior ao restauro do monumento, e que substituiu a antiga escadaria, que se não era a original aquando da construção do monumento, era em si muito antiga. De referir também, que todo o monumento se encontra inserido numa pequena colina, com um muro bastante antigo em todo o seu redor. O material mais utilizado na edificação deste monumento é a pedra calcária, com origem na região envolvente, patente na sua entrada e mais precisamente no seu alpendre abobadado.
Quanto ao interior do monumento, a entrada é um alpendre abobadado, e com uma porta bastante pesada, de construção bastante antiga. Ao entrar encontramos do lado esquerdo a pia baptismal, construída numa única peça de calcário, e onde existia anteriormente um portão em ferro semelhante ao da entrada exterior, mas que foi retirado. Do lado direito encontra-se a pia da água-benta, bem como a escadaria de acesso ao coro.

A nave é única, apresentando-nos uma abóbada de berço, com algumas decorações, e de uma capela-mor. Na nave encontramos um púlpito maneirista, simples mas de uma beleza singular, construído em calcário com a inscrição de 1690. Em frente do púlpito, ao lado esquerdo, encontramos um magnífico painel de azulejos numa alegoria na qual vemos S. Miguel Arcanjo pesando as almas, e que deverá ter sido aqui colocado em finais do século XVIII, pois as fontes mais antigas não lhe fazem referência.
Quanto à capela-mor, é constituída por um altar-mor construído em madeira. A parede da capela-mor está revestida por azulejos do século XVIII, restaurados apenas em parte, já que grande parte deles são visivelmente os originais.
As fontes mais antigas fazem referência a quatro altares, mas devido às obras efectuadas os dois altares onde se encontravam as imagens de S. Gregório Magno e de N. S.ª da Conceição foram retirados. Em seu lugar foram colocados dois suportes em pedra calcária, e que nada têm a ver com os originais.
O lado esquerdo do altar-mor dá acesso à sacristia, também ela alvo de modificações, nomeadamente na reconstrução e melhoramento dos sanitários. Assim, e logo à entrada deparamo-nos com um lavabo com uma inscrição em latim, e que foi utilizado até à realização das infra-estruturas de saneamento básico na freguesia. Ao lado encontra-se uma janela com dois pequenos bancos, as conversadeiras, pois serviam para os religiosos conversarem.

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