Contra a extinção da Freguesia de Cabanas de Torres

Contra a extinção da Freguesia de Cabanas de Torres

É com profunda noção de dever e de preocupação que o nosso blog se manifesta desde já contra a possível extinção da Freguesia de Cabanas de Torres que, e de acordo com o chamado "memorando de entendimento com a troika" o actual e anterior governos assinaram e que visa a reestruturação e reorganização administrativa do território.

O Presidente do Blog, Jorge Nunes

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A Faia

A Faia existente no largo com o mesmo nome é uma arvore secular e ao mesmo tempo o ex-libris da localidade de Cabanas de Torres, servindo de ponto de partida para a anual Romaria de São João Baptista.
Foi e é ainda utilizada para o comércio ambulante, e serve também de ponto de encontro de jovens e menos jovens, principalmente nos dias sol de inverno.
É possivel que estivesse inserida no centro de uma antiga quinta que existiu em Cabanas de Torres no séc. XVI.



Na imagem o Largo da Faia com a dita ao centro.

Os Lagares de Vinho

De todos os lagares da localidade, muitos dos quais modernizados e em pleno funcionamento sazonal, o mais importante é sem dúvida o pertencente ao Sr. Casimiro, localizado bem no centro da localidade, com um fuso em madeira e um lagar feito em pedra e que segundo o seu proprietário terá mais de 500 anos, e que é possível que estivesse integrado numa quinta que está referenciada no séc. XVII.
Estão identificados um total de dezoito lagares de vinho, cerca de metade deles operam sazonalmente na época das vindimas.




Na imagem fuso em madeira e lagar em pedra do lagar de vinho secular.


Na imagem um dos vários lagares de vinho utilizado anualmente.

O Lagar de Azeite

O antigo lagar de azeite, cuja parte superior do edifico funcionava como salão de baile, que até meados do séc. XX funcionou em pleno, estava equipado com maquinaria industrial e agora encontra-se desprovido de equipamento, estando o edifício actualmente em ruína. Este edifício foi mandado edificar por António Nobre, homem abastado da localidade que era também proprietário de uma quinta inserida em plena serra, no limite norte da freguesia, quinta conhecida como Casal do Janota, sobrenome dado ao seu dono devido às roupas que usava no dia à dia.
Nos últimos anos e devido a um forte aumento na plantação de olival novo, bem como da manutenção do antigo, deu-se a reabertura e modernização de um antigo lagar de azeite em Paúla, cuja origem remota a meados do século XIX.


Na imagem o antigo Lagar de Azeite.

As Eiras

Estão identificadas na localidade cinco eiras, nenhuma operacional, sendo que das cinco apenas duas estão construídas de raiz, com empedrado em volta, uma delas está fora da localidade mais propriamente no Casal da Ramada. As restantes eram de utilização sazonal e confundem-se com o local onde se encontram, devido sobre tudo à cultura dos terrenos em redor.




Neve em Cabanas de Torres

Fazem hoje precisamente 2 anos que nevou como há muito tempo não nevava na Serra de Montejunto e mais precisamente em Cabanas de Torres.

Ficam algumas imagens bem bonitas deste acontecimento.

Vista do Casal do Marco.

Vista da Serra de Montejunto.

Uma das ruas com neve e gelo.

Um dos moinhos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fontes e Poços

É notável ainda hoje em dia a existência em funcionamento de diversas fontes e poços, muitas delas com água potável. É visível em muitos terrenos agrícolas da freguesia a existência de pelo menos de 1 poço em cada um deles, com água potável.
De entre as várias fontes da localidade destacam-se:

Fonte dos calços, na qual a água corre permanentemente e é oriunda de uma mina que se situará por baixo da igreja de Cabanas de Torres conforme nos diz o Padre Luis Cardoso em 1758: “…nasce debaixo da Igreja deste lugar huma fonte, chamada por esta causa de S. Gregório (…)”. Esta fonte conta também com um local de lavagem de roupa utilizado até meados da década de 80, altura em que o saneamento básico chegou à freguesia.






Fonte da ponte, de edificação bastante antiga, provavelmente secular e que aguarda restauro e possivelmente a transformação em local de lavagem de veículos automóveis.



Fonte da roda, chamada assim devido à roda existente como contrapeso para accionar a bomba de água, e que é hoje um local para a lavagem de veículos automóveis.



Fonte Fontainhas , localizada num maciço rochoso é provavelmente uma das fontes mais antigas da localidade.


Romaria de São João 2006

Como habitualmente todos os anos realiza-se a 24 de Junho a habitual e secular romaria de São João que consiste num passeio a pé desde Cabanas de Torres subindo pela vertente sul da Serra de Montejunto e cujo destino é a secular Capela de São João Baptista no cume da Serra.







Alguns dos peregrinos no inicio da romaria.



Um pouco mais à frente e ainda mais alto os elementos mais velhos destacam-se do resto do grupo e tomam a liderança.



Chegada ao "carreiro dos êses", à direita da imagem.






Subida pelo carreiro.




Perto do final com bastante neblina.


Chegada à estrada de acesso ao cume da Serra. Final do percurso.

domingo, 27 de janeiro de 2008

A Azenha




Algumas imagens da azenha.


Actualmente em ruínas, este monumento funcionou até meados do século XX, com duas mós de grandes dimensões, accionadas por duas noras, uma em metal e a outra de madeira, também elas de grande dimensão.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os Moinhos de Vento




Na imagem exterior e interior dos 2 moinhos em funcionamento.
Existem 2 moinhos totalmente operacionais na localidade, ambos são mantidos em funcionamento pelo mesmo moleiro.
Destes 2 moinhos, 1 deles foi totalmente restaurado nos anos 90 e outro foi mantido operacional ao longo dos anos, sendo que este último na pratica já não se encontra dentro da freguesia de Cabanas de Torres mas sim na vizinha freguesia de Vila Verde dos Francos.
Existem mais 4 moinhos dentro da localidade, 2 deles restaurados e utilizados como habitação temporária.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Taberna do Miguel



Completamente restaurada e modificada em 2006, a Taberna do Miguel, situa-se no mesmo sítio da antiga, propriedade do já saudoso tio Miguel. É actualmente propriedade de Jorge e Dália Lourenço.

Horário: De segunda a sexta apartir das 18h. Fim de semana apartir das 12h.

De referir: Petiscos ao fim de semana, especialmente caracóis apanhados na região bem como vinho caseiro de produção própria do qual se destaca o famoso "lavagem da corda".
Na imagem o interior da Taberna do Miguel.

A Capela de São João Baptista




Na imagem a Capela de São João Baptista, seguida da Capela de Nª Senhora das Neves e do antigo Mosteiro Dominicano.
A Capela ou ermida de São João Baptista é outro monumento existente na freguesia. Situada no alto da serra de Montejunto mesmo no limite da freguesia e do concelho de Alenquer, e que por isso não é visível na localidade propriamente dita. Este monumento é referido pelas fontes mais antigas e segundo algumas delas já existia no século XIII aquando da construção de um mosteiro Dominicano, cujas ruínas se encontram uns metros mais abaixo já no concelho do Cadaval.
É de uma construção muito antiga, em pedra calcária, e à entrada tem um pequeno alpendre com dois bancos corridos de pedra em cada um dos lados do monumento. A porta é de madeira antiga com dobradiças de ferro forjado, mas que deverá ter sido fabricada no século XX, aquando do roubo da imagem original de São João Baptista nos anos 50.
No interior as paredes laterais são totalmente decoradas com um painel de azulejos de grandes dimensões, com cenas da vida do santo, mas que além de terem muitas partes em falta, apresentam-se actualmente como um completo quebra-cabeças, pois em virtude de se encontrarem caídos foram colocados aleatoriamente, sem qualquer sentido aquando da substituição do chão original em tijoleira de barro por tijoleira de grés moderna a finais dos anos 80.

O altar-mor é de pequenas dimensões em pedra calcária, típico do século XVIII e é um local de grande devoção por parte dos locais. De lado encontram-se painéis de azulejos em muito mau estado de conservação, ambos com um embutido em pedra mármore calcária rosa, com forma de concha. A base do altar tem ainda um painel de azulejos policromáticos que é o único e que se encontra completo e em bom estado de conservação.No interior encontramos ainda à direita uma pequena sacristia que além de possuir todas as características originais do monumento, do chão e das paredes, tem também alguns azulejos monocromáticos, com motivos florais.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Freguesia de Cabanas de Torres




Na imagem o actual edificio da junta de freguesia, um dos moinhos funcional e uma oliveira secular.


A freguesia de Cabanas de Torres localiza-se no distrito de Lisboa, concelho de Alenquer, sendo constituída pelas localidades de Cabanas de Torres e Paúla, que se situam no início das vertentes oeste da Serra de Montejunto.
Esta freguesia, bem como a sua origem e fundação estão referenciadas há já muito tempo, e terá sido fundada há mais de 500 anos por população oriunda da região de Torres Vedras, em virtude de uma peste que terá assolado a região naquele tempo e neste ponto as fontes bibliográficas não estão de acordo. Contudo, e a ser verdadeira a origem de vários instrumentos líticos existentes no Museu Municipal Hipólito Cabaço em Alenquer, é possível encontrar uma ocupação deste local desde o neolítico conforme diversos achados arqueológicos descobertos por populares por toda a extensão da localidade e comprovados pela descoberta do Algar do Bom Santo em 1991. Esta descoberta aconteceu a quatro quilómetros da localidade em plena serra, cuja última ocupação terá sido no neolítico final. Assim, tanto as fontes clássicas como a crença local são unânimes: a população ter-se-á fixado nesta região da Serra de Montejunto e ali terá feito umas cabanas para se abrigarem.
Tanto os abrigos, como o vento, estão bem patentes na toponímia local. A freguesia da vertente leste da serra de Montejunto é Abrigada, e a localidade mais a oeste desta freguesia e que está mais próxima de Cabanas de Torres, é Cabanas de Chão.
Esta freguesia sendo uma das mais antigas freguesias do concelho de Alenquer, é também uma das mais pequenas, quer em área, quer em termos populacionais, pois segundo os registos efectuados pelo INE em 2001, esta freguesia contava com uma área de 6,79Km², e com 1.018 cidadãos recenseados pelo referido registo, menos 55 cidadãos do que no anterior censo, em 1991. A nível do ensino, esta freguesia conta actualmente com uma escola de ensino primário inaugurada em 1958, sendo os restantes níveis leccionados em Abrigada e Alenquer.
Todo desenvolvimento da localidade se deveu ao seu entorno natural, a serra de Montejunto, e ao aproveitamento dos seus recursos naturais, o vento, a água e a floresta. Até cerca do ano de 1974, a principal actividade económica era a agricultura, porém com as alterações e dificuldades económicas verificadas após a mudança de regime, a construção civil e a indústria ocuparam o lugar primordial até então do sector agrícola.
Esta localidade chegou a contar com mais de dez moinhos de vento a laborar diariamente até meados do século XX, bem como de uma azenha com duas mós de grandes dimensões, que abasteciam não só o concelho de Alenquer, mas também os concelhos adjacentes, assim como diversos lagares de vinho e lagares de azeite existentes ainda hoje.
O cultivo da vinha é bem patente na paisagem local, estando inclusive esta freguesia inserida na rota do vinho do oeste. Além da vinha, também é visível o cultivo de cerais através dos inúmeros moinhos de vento por toda a paisagem da serra de Montejunto. Note-se que, até há cerca de duas décadas atrás, o fabrico de pão para consumo pessoal acontecia regularmente. Hoje em dia, por exemplo, ainda existem em inúmeras casas um forno para o fabrico do mesmo.
A oliveira está também presente na região oeste de Portugal e na serra de Montejunto desde tempos primordiais, pois o azeite além de ser obrigatório à mesa de refeição, servia também para iluminação, e esta freguesia conta ainda com vários lagares dedicados em exclusividade a esta cultura. Denota-se ultimamente um forte aumento na plantação de olival novo, bem como da manutenção do antigo, facto que levou a reabertura e modernização de um antigo lagar de azeite em Paúla, cuja origem remota a meados do século XIX.

A Igreja de São Gregório Magno



Na imagem o exterior da igreja de São Gregório Magno, onde é visível o seu campanário e o alpendre abobadado assim como uma imagem dos contrafortes laterais.
A Igreja Paroquial de Cabanas de Torres de São Gregório Magno foi alvo de restauro em finais dos anos 80. A sua existência confunde-se com a própria história, origem e fundação da localidade de Cabanas de Torres, pois as fontes são unânimes ao afirmarem que a sua construção remota à fixação de população nesta localidade: “…chegando ao sítio de Monte Junto, chamado Monte Santo, o parocho mandou levantar um altar tosco de pedras soltas, onde collocou a imagem de S. Roque (…)” Mais tarde terá sido construída uma capela dedicada a S. Roque que o tempo destruiu, sendo a imagem do referido santo levada para Atouguia das Cabras, hoje freguesia e localidade de Abrigada.
A Igreja Paroquial de Cabanas de Torres de S. Gregório Magno tem no seu campanário, ou torre sineira, a inscrição de 1568, bem como diversos elementos decorativos da mesma época.
Uma das características singulares desta igreja é sem dúvida o alpendre abobadado que dá acesso ao seu interior, constituído por uma abóbada de arestas, e que é único na região envolvente.
À direita, apresenta-nos dois contrafortes de consideráveis dimensões e cuja função é a de suportar a descarga de forças da abobada de berço existente no interior da Igreja, no local onde se encontrava o antigo cemitério da freguesia, comprovado aliás pela entrada para esta zona e por uma cruz existente no cimo da mesma entrada.
No lado oposto encontramos a sacristia, bem como o local onde foi alargado o cemitério, já no decorrer da segunda metade do século passado. É unânime a recordação deste evento por muitos dos mais idosos elementos da população.
A entrada propriamente dita para igreja, faz-se através de uma escadaria existente no lado esquerdo do monumento, e que também, foi alvo de restauro posterior ao restauro do monumento, e que substituiu a antiga escadaria, que se não era a original aquando da construção do monumento, era em si muito antiga. De referir também, que todo o monumento se encontra inserido numa pequena colina, com um muro bastante antigo em todo o seu redor. O material mais utilizado na edificação deste monumento é a pedra calcária, com origem na região envolvente, patente na sua entrada e mais precisamente no seu alpendre abobadado.
Quanto ao interior do monumento, a entrada é um alpendre abobadado, e com uma porta bastante pesada, de construção bastante antiga. Ao entrar encontramos do lado esquerdo a pia baptismal, construída numa única peça de calcário, e onde existia anteriormente um portão em ferro semelhante ao da entrada exterior, mas que foi retirado. Do lado direito encontra-se a pia da água-benta, bem como a escadaria de acesso ao coro.

A nave é única, apresentando-nos uma abóbada de berço, com algumas decorações, e de uma capela-mor. Na nave encontramos um púlpito maneirista, simples mas de uma beleza singular, construído em calcário com a inscrição de 1690. Em frente do púlpito, ao lado esquerdo, encontramos um magnífico painel de azulejos numa alegoria na qual vemos S. Miguel Arcanjo pesando as almas, e que deverá ter sido aqui colocado em finais do século XVIII, pois as fontes mais antigas não lhe fazem referência.
Quanto à capela-mor, é constituída por um altar-mor construído em madeira. A parede da capela-mor está revestida por azulejos do século XVIII, restaurados apenas em parte, já que grande parte deles são visivelmente os originais.
As fontes mais antigas fazem referência a quatro altares, mas devido às obras efectuadas os dois altares onde se encontravam as imagens de S. Gregório Magno e de N. S.ª da Conceição foram retirados. Em seu lugar foram colocados dois suportes em pedra calcária, e que nada têm a ver com os originais.
O lado esquerdo do altar-mor dá acesso à sacristia, também ela alvo de modificações, nomeadamente na reconstrução e melhoramento dos sanitários. Assim, e logo à entrada deparamo-nos com um lavabo com uma inscrição em latim, e que foi utilizado até à realização das infra-estruturas de saneamento básico na freguesia. Ao lado encontra-se uma janela com dois pequenos bancos, as conversadeiras, pois serviam para os religiosos conversarem.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

As Origens



Imagens da actual entrada do Algar do Bom Santo e de instrumentos e pedra encontrados na localidade por um residente.
A freguesia de Cabanas de Torres localiza-se no distrito de Lisboa, concelho de Alenquer, sendo constituída pelas localidades de Cabanas de Torres e Paúla, que se situam no início das vertentes oeste da Serra de Montejunto.Esta freguesia, bem como a sua origem e fundação estão referenciadas há já muito tempo, e terá sido fundada há mais de 500 anos por população oriunda da região de Torres Vedras, em virtude de uma peste que terá assolado a região naquele tempo. Contudo, e a ser verdadeira a origem de vários instrumentos líticos existentes no Museu Municipal Hipólito Cabaço em Alenquer, é possível encontrar uma ocupação deste local desde o neolítico conforme diversos achados arqueológicos descobertos por populares por toda a extensão da localidade e comprovados pela descoberta do Algar do Bom Santo em 1991 a 4km da localidade em plena serra e cuja última ocupação terá sido no neolítico final.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Inauguração Oficial do Blog

Meus Amigos, Companheiros, Camaradas.

É com grato prazer e satisfação que declaro inaugurado o blog após ter cortado a fita do dito.

Agora e apartir deste preciso local já podemos postar sobre esta nossa localidade que nos viu nascer.

Bem Hajam Todos e Todas!

Presidente do Blog

Pesquisa Google

Google